Tocar em grupo – O que fazer se sua banda ou amigos que tocam em conjunto não sabem ler partitura? Será que isso faz alguma diferença? É certo que, se você aprendeu música com partitura, irá estranhar quando se deparar com uma interessante realidade: a maioria dos músicos desconhece a partitura e a notação musical. Será preciso se adaptar para tocar em grupo. Saiba como!
Tocar em grupo é diferente
O primeiro passo para compreender melhor a situação é entender que tocar em grupo por si só já é diferente do que tocar sozinho, com partitura ou não – você pode saber mais sobre isso neste post. Você terá milhares de informações sobre os outros instrumentos e o modo como seus amigos os tocam na hoje de tocar juntos e a partitura pode não ser o maior de seus problemas.
A partitura não precisa ser um impedimento para tocar em grupo e experimentar o que é verdadeiramente importante: fazer música. Nem todo mundo optou por aprender partitura em seu processo de aprendizagem do instrumento e outros podem nem ter tido contato com este conhecimento por falta de condições.
Alternativas para tocar em grupo sem partitura
O bom senso deve prevalecer: se a maioria não lê partitura, é você quem deve se adaptar. Pode parecer desesperador no início e os ensaios devem fazer o seu papel. Saiba que é mais fácil acompanhar pessoas que não leem partitura, mesmo que você tenha conhecimento dela, do que o contrário.
Com o tempo, é possível decorar uma música sem ter que recorrer às partituras – e você poderá fazer isso, até mesmo para aproveitar melhor o aprendizado de técnicas e improvisação dentro de um grupo. Quando você já conhece a melodia, basta descobrir o tom em que estão as músicas, e seguir o campo harmônico.
Há ainda quem opte por usar cifras, ainda mais quando o restante do grupo as conhece – se você conhece as cifras, pode usá-las como uma linguagem comum. É preciso conversar previamente com seus amigos para chegarem a um consenso sobre isso, seja sobre o tom ou o método como irão tocar. Um grupo que desconhece a partitura é apenas um dos desafios que você irá encontrar tocando seu instrumento por aí.
Com ou sem partitura – Abaixo o preconceito!
É engraçado como as pessoas possuem crenças quanto à partitura: de um lado, quando alguém aparece com as folhas para tocar, alguns podem pensar que este não sabe tocar sem elas. Por outro lado, pessoas que não conhecem partitura podem ser desconsideradas enquanto músicos. Tudo isso é muito discutível e depende muito do contexto.
Por exemplo, no caso da música de câmara e orquestral, até mesmo por uma questão de segurança, ela é executada com partitura; já em concertos e recitais “solo” (de piano, por exemplo), opta-se por tocar sem partitura. Por que isso acontece? Quando há diversos músicos envolvidos e muitas pausas individuais, ou ainda obras longas, é difícil saber a sequência exata de pausas na cabeça. Logo, não há problema nenhum em usá-las.
Mas tocar sem partitura não faz de ninguém um gênio. Os músicos mais experientes recorrem a vários tipos de memória que se complementam e facilitam a memorização da obra. O importante mesmo é chegar em um consenso em que todos os músicos do grupo possam dar o melhor de si, independentemente do uso ou não de partitura.
Saia da zona de conforto
Este tipo de desafio é muito importante para um músico e deve ser encarado como um benefício que tocar em grupo tem a oferecer. Quando você usa a partitura, explora mais a memória mecânica, e deixa de lado outras formas de compreender a música, como a chamada memória intelectual, por exemplo. Aprenda com ou sem partitura e toque de modos diferentes em ocasiões diferentes.
Veja também um pouco mais sobre esta discussão no artigo linkado: músico que não toca com partitura não é profissional? Saiba mais sobre as novidades do blog de Helio Moreira pelo Facebook.