Instrumento musical – Você já parou para pensar sobre o que o seu instrumento musical significa para você? Qual a perspectiva que tem dele? Cada pessoa possui a sua própria forma de se expressar artisticamente e se relaciona do seu próprio modo com o instrumento que escolheu. Às vezes, esta relação é de amor e ódio. Veja mais sobre esta discussão.
O instrumento musical como extensão de si
Se você está bastante avançado nos seus estudos de música, conseguirá entender esta sensação: chega um momento que parece que o instrumento musical se torna uma extensão do próprio corpo do músico, indissociável. O filósofo alemão do século XIX Nietzsche afirmava que sem a música a vida seria um erro. E poucas coisas na vida são mais humanas que um instrumento musical.
E há aquelas pessoas que se encontram tão adaptadamente bem com um instrumento que parece que nada mais lhe é necessário. É paradoxal, mas quanto mais desenvoltura você ganha e quanto mais paixão pelo instrumento você tem, mais você o domina e mais ele domina você, em uma intimidade muito grande.
Já teve esta sensação? Nem todos conseguem perceber. Ainda mais aqueles que não foram dominados ou que não dominaram a linguagem do seu instrumento. Isso leva tempo e exige entrega. Muitas pessoas veem o instrumento musical apenas como uma coisa a ser tocada e que na maior parte do tempo está lá, imóvel, dependendo de alguém que tire de si a poeira. Dificilmente a relação músico e instrumento, neste caso, vai além. É o caso daquele aspirante a pianista que mal entrou nas aulas e compra um instrumento caríssimo para abandoná-lo meses depois em um canto da sala.
Há ainda aqueles casos em que os desafios propostos pelo instrumento musical escolhido jamais são ultrapassados, seja por falta de paciência, falta de paixão ou falta de tempo dedicado pelo músico. Aprender um instrumento requer continuidade e envolvimento.
Não se pode ver o instrumento como um mero objeto descartável, mas com respeito e ousadia, como uma forma de se desenvolver através dele. Ele é desafiador para você? O quanto é desafiador? Antes de se comprometer com este tipo de aprendizagem, vale o autoquestionamento para evitar frustrações.
Há pessoas que veem no instrumento uma terapia sem limites, capaz de proporcionar um terreno fértil para descobertas emocionais e intelectuais jamais alcançadas de outra forma. Aquela uma hora de ensaio por dia é capaz de levar certas pessoas para longe, para um espaço só dela, com uma linguagem que ela compartilha com o instrumento – mesmo que esta pessoa nem seja tão eloquente musicalmente falando assim.
E isso nem imposta. A música tem esta propriedade de falar diretamente com a alma das pessoas. A musicoterapia é um exemplo disso: universos complexos como os casos de autismo, por exemplo, ou as situações de coma, são inundados por sonoridades e sensações que podem curar ou pelo menos proporcionar bem-estar, o que já é bastante válido.
O que é o seu instrumento para você?
Para cada um, independentemente do grau de aprendizagem, um instrumento musical causa sensações adversas e é visto de modo subjetivo. Independentemente se você está no começo da sua carreira ou de suas aulas de música ou se já é um mestre em seu instrumento, vale a pena fazer esta reflexão: o que é este instrumento para você? Que peso tem na sua vida? Como você o vê? Por que o escolheu? Isso pode dizer mais a seu respeito do que sobre o seu instrumento musical.
Deixe o seu comentário abaixo e fale sobre o peso que a música tem na sua vida. Diga o que levou você a escolher o seu instrumento, os seus desafios e conquistas mais significativas!