Músico clássico e popular – Muitas pessoas desconhecem os limites entre o músico clássico e popular. É mesmo uma questão de gosto musical ou formação? Esta é uma questão polêmica e uma discussão que não se encerra tão simplesmente. Veja agora as diferenças entre os conceitos de músico popular, clássico ou erudito.
Música clássica ou erudita? Qual é o certo?
Há quem diga que ambos os termos estão incorretos, e a explicação é bem simples: o termo música clássica se refere a um período histórico. Já o termo “erudita” é um termo pejorativo, pois indica que apenas determinado tipo de música é instruída e os demais, não. A palavra clássica vem do latim e refere-se às classes mais abastadas – e de certa forma também é um termo elitista.
A música clássica prima pela ordem, clareza, medida, equilíbrio, decoro, harmonia e bom gosto. Este gênero se subdivide também em vários subgêneros: sonatas, sinfonias, cantatas, missas, oratórios, concertos, entre outros. O mais complexo é a ópera, que reúne música, teatro e dança.
Mesmo o termo sendo impreciso, entende-se a música clássica ou erudita aquela que é proveniente de uma tradição que remonta o período da idade média até hoje e que segue uma produção musical dentro destes parâmetros, tal como Bach, Mozart, Beethoven, entre outros.
Música Popular x Música Clássica
Este termo também gera dúvidas. Tem a ver com as tradições populares ou as produções musicais feitas fora da academia, oriundas do povo. Elas possuem características cultivadas dentro de uma localização geográfica, um período histórico ou determinado grupo social. Além disso, atualmente, a música popular é também aquela amplamente comercializada e que possui um grande apelo da mídia.
Veja que são dois modos de se fazer música, mas isso não implica que um tipo é superior a outro. Há grandes músicos considerados populares que se destacaram ao longo da história. Além disso, a música popular pode ser bastante complexa. Há ainda músicas bem simples, mas que seguem o padrão erudito.
O jazz, o ragtime e o blues, por exemplo, que nasceram das populações negras americanas, que cresceu em guetos e becos expandindo suas fronteiras após a Primeira Guerra, possuem complexidades bem grandes e são consideradas músicas populares, pois não seguem o padrão clássico. E o que dizer do samba raiz? Muito complexo musicalmente e com letras poéticas que hoje envolve diferentes camadas sociais e deu origem a outros ritmos.
Outra coisa a se considerar é quanto aos instrumentos: mesmo uma guitarra não sendo uma instrumento clássico, pode reproduzir música erudita, assim como uma orquestra pode tocar faixas populares e folclóricas.
Historicamente, a música clássica ou erudita esteve confinada a uma parcela da população e sempre foi diferenciada da tradição musical popular, dos ritos folclóricos e populares.
Atualmente, cada vez mais grande parte da população passa a adaptar a música clássica e reconhecê-la – seja em filmes ou novelas, por exemplo. A Marcha Nupcial de Felix Mendelssohn é um exemplo disso – é da tradição clássica, mas celebra um rito de passagem experimentado por muitas pessoas. Outro exemplo é a canção de ninar de Brahms, que está bem inserida ao gosto popular:
Às vezes, o erudito e o popular se misturam. É o caso do Trenzinho Caipira, composição do maestro brasileiro Heitor Villa Lobos que é um exemplo de música erudita, mas que possui uma estrutura, o tema e os arranjos muito identitários com a cultura popular. Veja um pouco da obra de Villa Lobos neste vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=JC9kqs6zafo
Já na questão do músico clássico e popular, o primeiro geralemente segue uma tradição acadêmica, muitas vezes utilizando a notação musical clássica e instrumentos tradicionais desta linha musical. Os músicos populares podem utilizar uma variedade maior se instrumentos, gêneros musicais e simbologias.
Contudo, isso não é uma regra e o limite entre o popular e o clássico é muito sutil, assim como entre o músico clássico e popular. Há quem utilize a formação como um parâmetro para distinguir o músico clássico e popular, mas mesmo assim, não responde 100% a questão.
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